quarta-feira, julho 26, 2006
Sempre por aí? Que fazes tu hoje sem nada mais para dizer? Esqueces? Lembras? Será a memória tão importante. Vou viver o momento para variar. Concentrar-me no instante que não passa disso, na fracção de tempo que ninguém consegue medir, apenas imaginar. Vou centrar-me nesse olhar perdido de ninguém e deixá-lo fluir. Sentir-me só para variar. Deixar o sangue correr pelas veias e para fora delas. Num estado de puro êxtase, numa perturbação de nada que se esvazia por aqui. A espécie demente que me tornei permite-mo. Queres partilhar? Queres sentir o mesmo? Esquece... concentra-te em algo que não existe a não ser na tua mente. Tu que não passas de um eu imaginário... não te deve ser difícil chegar lá. Olha ao teu redor e esquece o que acabas de ver. Dá uma volta sobre ti e deixa que cada imagem que estás a ver se apague nesse mesmo momento. Observa o mundo como se nunca o tivesses visto... olha de novo e faz de conta que ele nunca lá esteve... faz de conta... sempre a fazer de conta. Nunca o conseguirás. Não te iludas com o que ele quer de ti. Não te deixes enganar pelas suas palavras. Não está nada ali. Nada mais que nada existe para ti. Por isso vives todos os segundos ligando informação atrás de informação sem o nunca querer... percebendo sempre mais do que querias, sabendo mais do que desejavas. Ignorância é felicidade, mas prefiro a morte ao desconhecimento. É a única maneira de funcionar que encontrei. A única maneira de trabalhar que sei. Merda... Esquece... esquece... esquece... não procures e encontras a felicidade que se encontra moribunda dentro de ti... não finjas e está tudo lá para ti... com uma palavra chave, esquece... esquece e consegues viver, enfrentar as rotinas com o prazer de uma criança que descobre o que está à sua frente pela primeira vez. É disso que tenho saudades... são essas as únicas verdadeiras saudades que sinto. As de não saber o que tenho pela frente, de a todo o momento descobrir algo novo. Essa é a magia da capacidade de absorver o momento.
sexta-feira, julho 21, 2006
Hoje quero escrever sobre o nada, sobre o vazio do espaço, sobre a frieza que reina entre os astros mortos que deambulam longe uns dos outros. Quero abstrair-me de tudo. De mim, de ti... sentes o corpo a ir? Sentes o vazio entre nós? Não me deixes ir... lá fora a eternidade espera-te, mas para quê? Fica aqui... só desta vez segura-me a mão... só desta vez, olha-me e pede-me para ficar. Esquece-me e começa de novo. Eu e tu como nunca fomos. Nunca vi nascer o homem novo, acho que nunca à de vir. Escreve o que sinto. Diz o que penso. Porque tu nunca quiseste ser eu, mas somos um só com o vazio entre nós. Um vazio que não se consegue medir... ou sentir. Um vazio que vive lá, aqui, entre mim e ti. Gélido, intocável, intransponível, longe, perto, aqui... sempre aqui dentro de mim. Queria vê-lo, queria senti-lo, porque sei que existe, só que procuro onde não o hei de achar. Acho que propositadamente. Queres viver o que não sou antes de me encontrares perdido dentro de ti. Como te odeio...
terça-feira, julho 18, 2006
Estranhos entes passeiam-se pela minha mente, sem nexo, sem vontade, sem objectivo, apenas vagueiam por ali. Não percebo porquê, mas sinto-os, falando-me à vez numa linguagem sem palavras que me impelem ao que me traz a reviver aquilo porque nunca passei. Querem? Estão aqui... basta parar um pouco para pormos a questão. Nunca quis parar... mas sou incapaz de agir de outro modo. Levem-nos! Odeio-os! Matem-nos! Porque nunca os quis... talvez apenas os tenha desejado, mas não foi algo lúcido. Hoje, apenas hoje, deixem-me em paz...
sábado, julho 15, 2006
Hoje queria uma droga que me fizesse chorar. Tomar lágrimas sólidas para me libertar da tensão que me entope a alma. Ressaca? Sono? Ou simplesmente uma tristeza por não encaixar, por não encontrar uma tão desejada paz. Deixem-me chorar, deixem-me ficar por aqui... deixem-me só, sem mais nada, apenas com a dor da ausência indecifrável.
quarta-feira, julho 12, 2006
Fucking year of bad luck on the other side of the dark cloudy space. Emptying what was once living underneath your mind. Light my light of fuck and kill the gods of fear near your heart. Live up to the image of the red queen of lust. Live with Ghorgonath the hell of love. No wonder you waited for me, no wonder they talked without end about the nothing of life. No one wanted to listen to the truth that boomed out of your mouth. Who wanted to listen to the wild eyed boy if what he told seemed true, who would want to live what came after. No chance anyone would jump of a cliff believing that they could fly. I didn’t and so I crashed on solid rock not dying, but unable to move I stayed there just staring at the rain falling down on me. Dreaming I still walked and was taking you on my back showing all the places I wanted to roam… but it really was just a dream.
segunda-feira, julho 10, 2006
Loved the midnight talk. I’m glad midnight was all night... Os teus beijos que me cobriram sem sair da minha boca. A tua língua que deslizava nos teus lábios, numa ternura sexual. As tuas mãos que se mostraram reticentes em me tocar. O teu cheiro que me inebriou. Os teus olhos que me olhavam com desejo. As tuas palavras que me pediam sem o dizerem que a noite não acabasse. O teu prazer na dor que me fascinou. As histórias que contei sobre mim nunca o mostrando. A tua alegria que me tira do meu mundo obscuro. O teu sorriso que me faz pensar que a vida pode ser diferente. O passar da tua vida pela minha que neste roçar suave me faz sonhar, que me faz sentir vivo, que acende uma chama de vela sem o ardor da faísca. E tudo isto criando em mim a esperança que o mundo poderá rodar de outro modo, sair da prisão da eterna estrela e viajar pelo cosmos na busca de outros sítios, largar a prisão da eterna galáxia e simplesmente deixar-se ir pelos sentidos, longe de qualquer tipo de obrigação. Num cuidado gentil sopraste-me ao ouvido, falando sobre o que está para vir e deste-me paz como não a conhecia há o que pareciam longos anos de sono. Embalaste-me com o teu acto de ouvir o que eu tinha esquecido lá bem dentro. O que foi ainda está para vir, mas na curta pausa que passaste por mim acordaste o sonho.
sábado, julho 08, 2006
Hoje foi apenas mais um dia. Simplesmente passou sem que ninguém desse por ele. Hoje esqueci-me que o mundo existia e perdi-me em mim. Longe de tudo e de todos num passeio longo sem propósito para além do gozo da caminhada. Fui observando o tempo à frente dos meus olhos, a morte cada vez mais perto, o sentido sem qualquer interesse, o homem algures num deserto de emoções. Não quero saber... Não quero pensar... hoje foi apenas mais um dia igual aos outros, sem saber se devo continuar, porque se eu me basto não vale a pena seguir.
quinta-feira, julho 06, 2006
Hoje não foi só mais um dia aqui, hoje lembrei-me do silêncio no fundo do mar, hoje lembrei-me de quem era, algo há muito esquecido, algo que requer o esforço da procura. Perder-me é fácil, mas dentro de mim, nos mais escuros becos e ruas por encontrar estou eu... sempre eu. Nada mais que isso, mas só a necessidade me faz continuar esta busca, pois nunca estou completo e por mais que me encontre faltam sempre peças. Uma contagem infinita de sensações e devoções, num propósito com contornos egoístas... eu.
Hoje lembrei-me de ti, mais uma vez, seria mais um ano... apenas mais um, por isso está tão distante. Hoje tive saudades de casa, da paz, de sentir a possibilidade de descansar, parar de olhar para a vida, para mim, como uma batalha constante. É difícil chegar aí sem alguém que me mostre que tenho de parar, o meu corpo não me o permite. Hoje senti-me só, hoje senti-me triste, hoje quis esquecer tudo e não disse nada a ninguém. Guardei-o em forma de segredo, em forma de momentos esquecidos pelos outros tornando-os únicos para mim.