terça-feira, fevereiro 27, 2007

Há palavras que nunca devias ter libertado... Sonhos que deveriam ter ficado guardados. Apenas provocaram a rigidez dos movimentos. Esqueci-me de ti, de mim, do tal Deus que tanto falam. Falta-me o ódio... Ouvi-te sem nunca dizer que não, na esperança que passasse sem que ninguém desse por isso. Infelizmente a inactividade não foi solução. Tudo cresceu à nossa volta num turbilhão de ideias e criações muitas vezes exteriores a nós. Fusão... Única utopia rejeitada desde o princípio. Nada mais que um suplemento à carne que nos envolve. Um comprimido por dia resolve a situação... por mais ingrata que pareça. Mas continua tudo lá, sob a forma de memórias corrosivas de uma terra distante que quero crer nunca ter visitado. Goodbye, my love... Hello, disconnection...
Crio mentiras que me servem. Sou verdadeiro, honesto, puro, doentio, enganador. Sim, fodi-a. Sim, roubei. Lembras-te daquilo que te desapareceu. Sim, tu. Hoje tens-me como não me conheço. Liberto o que está em mim. Revivo pecados esquecidos. O gato que matei sem que ninguém soubesse. A nota que apanhei do mendigo cego quando ninguém estava por perto. A escarradela que pus na comida do meu amigo sem que ele desse conta. As punhetas que bati a pensar na minha mãe. Os peluches que estraguei propositadamente ao meu sobrinho por ter falado alto demais. O papel da minha colega que simplesmente fiz desaparecer, para a obrigar a mais umas horas de trabalho. A minha apatia que fez com que não ajudasse em coisas simples, e a minha curiosidade que avidamente observou o desenrolar dos acontecimentos, como se de actores se tratassem. Mas no fim de tudo a consciência não fica pesada, afinal já temos o diálogo montado. Sim, fui eu que arranquei o coração àquela jovem rapariga, mas só depois de me terem tirado o meu. O mundo é um sítio de merda e de tão merdosos que somos ainda nos desculpamos com a merda que não nos deixa respirar.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Black and rotten flesh lying in a field filled with ravens. It gathers slowly, ripping through the ravens’ hearts. It moves in an unnatural way crying hatred to all living beings. Piece by piece it creates an unholy body forgotten by Heaven and despised by Hell.

As if its simple presence was not enough it produces a deep grunt scaring the birds that are left. Walking, if that word can be applied to this thing, with a speed not from this world, it nears the bleeding ravens on the ground and grabs theirs bodies letting the blood run between its’ paws. Licks it and puts the rest of the birds inside its mouth, which in the mean time grew to the width of his head, creating jaws in the place of the thing's lips.

Terror is unleashed, mankind shall end!

terça-feira, fevereiro 13, 2007

sábado, fevereiro 03, 2007

Fragments are breaking up in two while I wait for the Empty Place’s return.
Forty minutes and counting. I’m waiting the apocalypse. Are you coming for me? Please do come for me… I can’t stand this living on the outside of the never living world.
I fall, never knowing when I’ll hit the ground. Wandering what you are. I’m nothing of what you want, so please don’t wish me bad things. Don’t create an image of emptiness while I’m gone. I was never there for the bad stuff. I just am, nothing more. Bullshit reigns my kingdom of zero creation. I’m not here for me. I’m not here for her or even the then and there. Die and create the void. We’re lonely while we die.
Bebo para me manter acordado. Bebo como se não houvesse amanhã. Bebo para existir. Bebo porque não sei fazer outra coisa. Bebo... bebo... bebo... O álcool corre-me nas veias, sem me pedir mais que o meu corpo em troca. Bebo e bebo para me esquecer. Bebo para tentar vencer as minhas memórias. Bebo porque sim.
Vejo porno... fumo ganzas... vejo porno... fumo ganzas... vejo porno... fumo ganzas... fumo ganzas...

Tenho saudades tuas. Demasiadas... Lembro-me constantemente de ti. Do que deixei em ti, do que escreveste em mim. Respiro-te sem que o saibas. Olho-te se que te recordes. As imagens têm a mesma intensidade que tinham no momento da sua gravação. Estão vivas em mim. Colam-se a tantas outras, mas sempre numa saliência áspera que me impede de as ignorar. Hoje, ontem e amanhã lembrei-me de ti.
Bom dia... Desaparece da minha frente. Nunca o digo. Não posso contigo. Então e amanhã? Amanhã!? Puta de merda... Que queres? Um romance? Fartei-me dessa fachada. Porque não me ligas? Agora é outro dia. Não quero saber. Não posso saber. Ligas-me depois? Para quê? Há algum propósito? Foi apenas isto e nada mais. Tudo o que se passou foi desejado, nada mais. Acabou. Cheiro-te, cabrão... Não, nada mais...

quinta-feira, fevereiro 01, 2007