segunda-feira, outubro 02, 2006

Ouço-te sem responder. Não posso repetir. As tuas palavras tornam-se desagradavelmente únicas. O teu silêncio reconhece-o. Inspiro o fumo contaminado numa tentativa de me abstrair, mas é impossível. Em vez disso o que está em mim transpõe as fronteiras do meu ser. A chuva já não cai apenas no interior. Continuas à espera de qualquer reacção. O som da tua respiração é irregular. O silêncio continua e sem dizeres qualquer palavra segues o teu caminho. Sementes de sonhos brancos repousam na minha mão. A chuva desaparece. Com ela o meu mundo e tudo perde o seu valor.