terça-feira, setembro 12, 2006

Um dia vazio de tudo e todos. Por aqui como se não existisse. Tentado a sentir a morte mais de perto. Perdido numa encruzilhada onde só existem becos sem saída. Sento-me e espero que o que está ao meu redor mude. Que qualquer tipo de metamorfose altere aquela que parece ser a minha realidade. Mas os mortos continuam enterrados... os vivos continuam por aí à espera da sua vez. Deixo-me planar numa procura de um Deus que se esqueceu de mim e, claro, tudo permanece igual. Centro-me no que está dentro de mim. Sinto as formas amorfas que por aqui habitam. Nenhuma encaixa noutra. Mas elas flúem em correntes dispersas sem o propósito único de um rio. Abro os olhos e a encruzilhada deu lugar a uma floresta. Um velho passeia-se, mas ele faz mais do que esperar. Ele vive cada passada parecendo sentir o chão e toda a natureza que povoa este sítio. O velho conhece-me. Ele sorri. Quem és tu? Mas ele não responde. Ele simplesmente pára e observa-me. O velho vai desaparecendo e no seu lugar surge uma árvore. Mais uma. Esta será a maior, a mais corpulenta, a mais sábia. Mas a seu tempo. Todas as outras recebem-na com uma ligeira agitação do que eu diria ser uma alegria de algo há muito esperado, mas que sabiam inevitável. Eu pertenço a este sítio. Aqui toda a falta de lógica tem um padrão que não tenho de procurar. Apenas estive ausente, mas regressei a casa.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Agrada-me este olhar sobre as coisasdo mundo interior e exterior...

12/9/06 22:20  

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