quinta-feira, outubro 19, 2006

Estou junto ao precipício. A sua voz enche-me a alma. Não deixa lugar a qualquer outra expressão. Apenas uma rota se desenha à minha frente. A falta de sentido torna-se absurda aqui. Sinto a brisa na face. Ouço o mar ao longe. O apelo é insuportável. Leva-me contigo para longe de mim. A lâmina penetra-me a carne. A pele abre-se num desejo de a sentir. O sangue pulsa sem mim. A cor da dor domina-me. Tudo o resto não passa de um vazio branco. Quero-te uma última vez. Mergulhar nos teus olhos. Estar contigo como se não fosse eu. Não querias ver a minha morte?