quarta-feira, junho 13, 2007

Sonhos de ferro

Quando acordei senti o cheiro a ferro. Escorria-me pelas mãos. Vermelho. Intenso. Todo o dia se passou como um sonho. Desliguei-me sem o saber. Saí da cama sem que o tenha pensado. Cumpri todas as tarefas habituais sem dar por isso. As imagens são vagas. Há uma névoa em todas as minhas recordações. Julguei ser um devaneio. Quis dominá-lo. Achei que não haveria problema de cravar a lâmina da faca no seu coração. Ao ritmo da pulsação o sangue foi bombeado para o exterior. Saboreie-o enquanto tentava apagar da minha mente a expressão de horror, que se formou na sua face. E se continuava a sonhar poderia experimentar a minha morte. A faca soltou-se e deslizou para dentro de mim. A dor despertou-me. Porque fiz eu isto?