terça-feira, julho 31, 2007

Abstracção

Estou sentado numa prateleira. Fui eu que me pus lá. Estava a ter dificuldades para me manter em pé. O cansaço era demasiado. As pessoas passam por mim. Algumas olham como se eu estivesse lá. Penso que até houvesse quem falasse, mas não podia ser para mim. É uma pausa que se arrasta por tempo demais. O meu corpo está entre as gentes que por ali andam, mas eu não. Quanto mais tempo passa maior a desconexão. Com sorte, em breve, poderei olhar para mim como um estranho. Não passarei de um espectador. O estado supremo. A excelência do nada. No entanto, há sempre alguém que me impede de completar o percurso, que me trás de volta. Talvez um dia chegue ao fim e atinja a abstracção absoluta.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

GRANDIOSO................PAULO VILELA AT...............

1/8/07 22:04  
Anonymous Anónimo said...

Agora já sei o que sentiam os meus Masters do Universo quando eu não brincava com eles.

19/8/07 15:23  

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