sexta-feira, março 30, 2007

Memórias do Nunca - Parte 1

Fim?

Um mês... um mês... ainda não acredito. Tão pouco tempo... Merda para isto tudo! Que caralho... Parecia tudo tão simples, uma simples experiência, nada mais, até onde o corpo aguentasse o desastre da mente. Tentar saber até onde conseguia dominar o animal dentro de mim. Forçar os limites das teorias de merda que a minha mente me fez o “favor” de conceber. Para quê?! FODAM-SE! Não quero saber... chega... o corpo pede-me o fim desta merda, mas não posso parar. A mediocridade assusta-me, esse deve ser o meu maior medo. Provavelmente será o teste final, o grande desafio. ESPORRA PARA OS TESTES! Como me tinha esporrado na tua cona... e como tenho saudades dela. Será que se resume a isso? És mais importante que os teus casos, pseudo-amorosos, pseudo porque o amor não é para aqui chamado, nem por ti, nem por mim, nem pela cona da virgem. Acho que é tudo sexo, nada mais que isso. Para quê essas merdas de conversas, no fundo só queremos dar umas quecas e sentirmo-nos alguém, ser superiores a alguém, nem que seja por breves momentos, ser donos daquele espaço... como te queria ter aqui... merda. Merda! MERDA! Por um lado quero-te aqui, mas não sou capaz de suportar a sensação de ser medíocre e terminar como tantos outros, prefiro morrer a passar novamente pela experiência. Não quero dominar o animal para umas coisas, mas sou incapaz de o dominar para outras. Tento esquecê-lo, mas é impossível, são instinto e anos de cultura impingida numa mente por moldar. É impossível voltar a trás. Quero tabaco... quero recriar o meu modo de sentir... dói e de que maneira... mas não fui eu que o pedi? Atirar-me de cabeça contra a parede é para mim um modo de viver, e a vida é para isso, aprender. Foi endurecendo, mas desta poderá ter sido demais. A nicotina faz-me relaxar... tinha que começar a fumar aqui... há dois anos apenas abominava o tabaco. Maturidade, tolerância, chamem-lhe o caralho que quiserem, porque eu não lhe quero dar nome, simplesmente mudei. Esqueci Deus, fui esquecendo o amor... ou alterando a meu conceito? Tudo porque a vida me entediava... é disso que tenho medo, do tédio. A normalidade enche-me de tédio, o que é banal dá-me tédio. Quanto mais vivo, mais aprendo, mais coisas banais existem, menos coisas me espantam, mais a criança que está em mim morre e é esquecida. Felizmente um dia vou morrer, não ia suportar uma vida de puro tédio. Gosto de ver o fumo a subir lentamente contra a luz. Quando morrer quero sentir-me preparado para ir, quero olhar à minha volta e saber que experimentei, que tentei e não fiquei apenas a pensar no assunto. Tem sido difícil viver sem ti, poderá ser complicado continuar sem ti... sem ninguém. Com algumas fodas poderia voltar a ter alguma sanidade, ou talvez não... Se não fossem contigo... Mas talvez esteja tudo irremediavelmente estragado. Só o saberei depois de estar contigo, tenho de ver como reage a merda do animal que me domina… FODA-SE! CARALHO! Odeio-me... odeio-me esporadicamente, deve fazer parte do meu sistema, algum tipo de rotina. Não me consigo perdoar. Ainda penso naquilo que te disse quando aí estive. Erro? Não me perguntes, fala com ele, é ele que tem as respostas, não sei o que te dizer. Quero estar contigo... que merda. Não queria gostar tanto de ti. Não queria, mas não o domino. Não queria precisar de alguém, mas não consigo estar só. Preciso de outro cigarro. Quero esquecer... QUERO ESQUECER! Quanto maior o esforço, mais viva estás na minha mente. Preferia que tivesse simplesmente sido um caso de amor. Era mais fácil. Mas é mais do que isso. Não lhe quero chamar alma gémea ou qualquer outra merda sem sentido. Mas é algo parecido. Queria a experiência, sabias disso e ofereceste-me mais do que pedi. Tomaste a iniciativa num jogo em que eu hesitava entrar por saber que entrava a perder... especialmente contigo. Não sei se vai ser possível continuar... queria aprender e poder continuar tudo como se nada se tivesse passado, mas não creio que seja possível. Só espero que os danos não sejam demasiados. Caralho para a vida... por vezes só desejo morrer, por vezes é esse desejo que me faz continuar. Sem nada a perder, não há nada a arriscar, o jogo torna-se seguro. Quero foder... quero sentir-me desejado por uma qualquer cona... já não sou esquisito. Venham 200 quilos de carne que os comerei de bom grado! Vingança? Pelo menos em parte. Mas também querias aprender... Venham mais caralhos, que os chupo de bom grado, só para te contar e saber que sofres com isso. Merda... MERDA! Não quero procurar mais conhecimento! CHEGA!... chega ... Medíocre, eu? Invejo-os, como queria aguentar a rotina com um sorriso na cara. Era como estar sempre com uma qualquer droga a correr-me no sangue... Será que só alguns estão predestinados à felicidade? Hormonas e o caralho do animal outra vez... sempre a ensombrar-me os pensamentos. Onde estás? Com quem estás? Não sou capaz... tenho de aguentar.