O Pequeno Wells
Ouço um zumbido. Concentro-me nele: não é linear. É o trautear de uma melodia simples. Repete-se incessantemente. Reconheço-a; traz-me memórias. Miúdos saltavam, ao mesmo tempo que dançavam, em círculos à minha volta. Sempre a cantarolar as mesmas palavras. Fechava os olhos e pensava que estava na segurança da minha casa, do meu quarto. Julguei que assim suportaria melhor a situação, mas creio que cometi um erro. Eles já não existem, mas o inferno, esse prolonga-se até hoje. Procuro debaixo da cama e encontro-o aí, como habitual. O meu pequeno Wells... Dizem-me que não existe. No entanto, se tal fosse verdade, ele não gozava comigo todas as noites e eu não o esventrava todos os dias.
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